20 de Julho de 2020
Prevenção de Legionella em circuitos de refrigeração: biocidas oxidantes e não oxidantes
O Decreto Lei 52/2018, que estabelece os critérios higiénico-sanitários para a prevenção e controlo da legionelose, identifica os circuitos de refrigeração como “Instalações com maior probabilidade de proliferação e dispersão de Legionella”.
A temperatura da água dentro dos circuitos de refrigeração e a emissão de microgotículas para o ambiente externo representam um meio ideal para a proliferação e disseminação da bactéria Legionella. A infeção por Legionella é conhecida como legionelose. A legionelose pode manifestar-se nas pessoas como uma doença febril leve, sem envolvimento pulmonar, ou chegar a uma infeção grave, que pode causar complicações graves ou até a morte.
A melhor forma de combater o desenvolvimento da Legionella dentro dos circuitos de refrigeração é conseguida realizando uma boa manutenção higiénico-sanitária das instalações, que inclui um tratamento químico. Neste sentido, a escolha do produto químico biocida para eliminar e prevenir o crescimento da Legionella é fundamental. A seleção do biocida mais adequado deve considerar os seguintes fatores:
- Características físico-químicas da água no circuito de refrigeração.
- Tipo de microrganismos a controlar.
- Tempo de residência da água dentro do circuito.
- Desenho do circuito (materiais, volume e temperaturas de trabalho)
- Compatibilidade com outras incrustações e produtos químicos inibidores de corrosão.
De acordo com a sua natureza química, os biocidas disponíveis no mercado podem ser classificados entre oxidantes e não oxidantes.
A seguinte tabela resume as principais características dos dois tipos:
BIOCIDAS OXIDANTES | BIOCIDAS NÃO OXIDANTES |
Têm caráter oxidante | Têm caráter não oxidante |
A sua atividade depende do pH | A sua atividade não depende do pH |
Método de análise simples | Método de análise complexo |
Estabilidade muito limitada, pouco persistentes no tempo | Alta estabilidade, aumenta o seu tempo de contacto |
Derivados de cloro e bromo como agentes ativos | Agentes ativos baseados em moléculas orgânicas como DBNPA, isotiazolinonas, THPS ou glutaraldehído |
O mecanismo de ação dos biocidas oxidantes é baseado na capacidade de oxidação dos microrganismos, causando a morte celular. Consideram-se biocidas de largo espectro porque, dentro de certas faixas de pH, apresentam muito boa atividade biocida contra todos os tipos de bactérias, algas e fungos. A estratégia de dosagem nos circuitos de refrigeração é contínua, mantendo em todos os momentos um valor mínimo de agente ativo.
Por outro lado, os biocidas não oxidantes incluem uma grande variedade de moléculas orgânicas. O seu mecanismo de ação contra microrganismos é altamente variável: podem atuar destruindo a parede celular, impedindo a reprodução celular ou impedindo a respiração celular. A estratégia de dosagem de biocidas não oxidantes, ao contrário dos biocidas oxidantes, é geralmente aplicada por choques cronometrados e sua boa atividade não depende do valor do pH.
Conforme indicado, a seleção de um ou outro biocida deve considerar todos os aspetos mencionados acima e é a chave para o sucesso do programa abrangente de tratamento químico da instalação. Cada circuito tem suas particularidades e dificuldades, pelo que deve ser bem estudado antes de se desenhar qualquer programa de tratamento.
Para obter o máximo controlo microbiológico do sistema, é aconselhável usar um programa de tratamento de biocidas mistos, combinando um biocida oxidante com um biocida não oxidante ou usando dois biocidas não oxidantes; em ambos os casos, é alcançado um alto efeito sinérgico.
Com o objetivo de traçar os programas de tratamento mais eficazes para a prevenção da Legionella, a Proquimia possui um amplo catálogo de produtos biocidas específicos para sistemas de refrigeração (devidamente incluídos no Registo Público de Biocidas do Ministério da Saúde). São os seguintes:
Produto | Ingrediente ativo | Caráter | Nº de Registo | Tempo de Atuação | Eficácia algicida | Eficácia legionella | Eficácia aeróbios |
PROAQUA 150 | Hipolocrito sódico | Oxidante | Não requerido | Rápido | •• | ••• | ••• |
ASEP OX 5110 | Bromo orgânico | Oxidante | 18-100-04099 | Rápido | •• | ••• | ••• |
ASEP TR 21 | DBNPA | Não Oxidante | 14-100-02528 | Intermédio | • | ••• | •• |
ASEP 5515 | Fosfónio quaternário | Não Oxidante | 18-100-05450 | Intermédio | ••• | •• | • |
ASP GT 56 | Glutaraldeído | Não Oxidante | 10-100-04100 | Lento | ••• | •• | • |
ASEP IS 35 | Isotiazolinona | Não Oxidante | 17-100-04103 | Lento | ••• | • | •• |
- Boa ··Muito boa ··· Excelente
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Referências bibliográficas:
[1] REAL DECRETO 865/2003, de 4 de julho, onde se estabelecem os critérios higiénico-sanitários para a prevenção e controlo da legionelose.
[2] GUIA TÉCNICO PARA A PREVENÇÃO E CONTROLO DA LEGIONELOSE EM INSTALAÇÕES. Ministério da Saúde.
[3] NORMA UN 100030:2017. Prevenção e controlo da proliferação e disseminação de Legionella em instalações.
AUTOR: Roger Valldeoriola
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